Muy bien chicos, o capitulo de hoje
E eu
pensei que seria mole arrancar alguma coisa daquele arcanjo. Bem, se até na
viagem eu quase morri, eu nem queria imaginar o que aconteceria durante uma
missão de verdade. Quando saí do vale, segui em direção ao litoral até o
anoitecer. Nada de muito interessante ocorreu nesse espaço de tempo. Enquanto
andava, pude notar tudo, tipo, tudo mesmo. Eu percebi cada alteração de
temperatura, terreno ou vegetação. O vale era rodeado por uma grande floresta
de arvores muito diversificadas, muitas delas bem baixas como arbustos, porem
nenhuma com frutos o que me fez acreditar ainda mais na existência de alguém
naquela região. Quem, ou o que vivia ali, provavelmente morava naquela casinha
no centro do vale e se alimentava dos frutos das arvores da região, isso explicaria
a falta de produtividade da vegetação.
Continuei
minha caminhada em direção a Haz muito vagarosamente, eu sabia que os arcanjos
não gostavam de ficar esperando e esse era exatamente o propósito. Logo
adiante, avistei um amontoado de rochas, uma formação muito estranha pra ter
sido criada naturalmente. Aproximando-me, pude notar que em cima do conjunto
repousava uma adaga de ferro que devia estar ali há muito tempo, porem estava
completamente polida e afiada. Peguei a adaga e logo senti que talvez tivesse
sido um erro. Quando eu a retirei, notei que havia uma rocha incrivelmente
plana abaixo dela, que provavelmente teria sido feita especialmente para a
adaga, pois quando o peso da lamina deixou a placa, ela imediatamente subiu,
como se fosse uma placa de pressão.
Idiota!
O que aconteceria agora? Lanças sairiam do chão? Pêndulos afiados seriam
arremessados das arvores e me cortariam em dois? Tigres raivosos arrancariam
minha pele? Bom, felizmente, nada disso
aconteceu, muito pelo contrario, aquela placa de pressão abriu um caminho no
chão entre as folhagens caídas e eu pude ver uma escada. Desço ou não desço?
Tudo bem, o que eu tenho a perder não? Decidi prossegui em direção aos degraus.
Era um buraco de rato. Literalmente. Era simplesmente um túnel cavado no meio
da terra com alguns pilares de sustentação. Até as raízes das arvores eram
visíveis, o que não me deixou nada confortável. A iluminação era extremamente
precária, haviam apenas algumas tochas aqui e lá, todas muito desgastadas e
quase em seu fim. Mas o pior é que aquele túnel me dava uma sensação de medo
gigantesca. Era como se eu ficasse esperando alguém sair das paredes e me
atacar. Não raciocinava direito, eu só queria chegar ao fim daquele inferno de
túnel e ver o sol novamente. A quanto tempo estava lá? Dez minutos? Dez horas?
Dez dias? Tinha perdido totalmente a noção do tempo, e também de todo o resto.
Eu estava enlouquecendo e sabia que se não saísse de lá logo, não voltaria
mais.
Eu
andava rapidamente, não, eu corria rapidamente na direção do que eu imaginava
que fosse uma saída. Era apenas um ponto claro, um feixe de luz que vinha do
fim do túnel. Estava esbarrando em tudo, já havia derrubado varias tochas, uma
até queimou parte da minha roupa. Já não sentia mais minhas pernas ou qualquer
outra parte do meu corpo quando eu simplesmente sentei e esperei a morte. Que
maneira ridícula de morrer não? Nem havia começado minha jornada e já caíra em
uma armadilha armada por um ladrão ou assassino. Não tinha mais forças, não
podia continuar. Até que ouvi uma voz.
- Então
garoto? O que achou? – a voz era metálica e rouca como se passasse através de
canos para chegar a mim.
- Quem
é você? Eu juro que se não me tirar daqui eu vou...
- Vai o
que? Não sei se percebeu, mas esse é o meu reino, aqui você é só um peão e eu
sou o Deus.
- Tudo
bem senhor deus, o que quer comigo?
-
Direto ao ponto? Mas vamos conversar um pouco primeiro certo?
- Eu
realmente tenho cara de alguém que está disposto a conversar com um maníaco que
prende pessoas em um túnel de rato?
- Bom
argumento garoto, mas então, se eu te levar de volta, você concorda em
conversar comigo?
-
Claro, só me tire daqui.
Foi
então que tudo ficou claro, em um piscar de olhos eu estava em outro lugar, em
um buraco na terra, um circulo de aproximadamente cinco metros de diâmetro e eu
estava bem no centro. Olhei para o chão e vi varias inscrições. Uma runa! Que
estúpido! Eu cai em uma runa de ilusão, ela me prendeu eu um túnel imaginário
que eu nunca poderia sair. Do outro lado do circulo uma figura repousava. Um homem
muito velho com barba e cabelos longos e grisalhos. Usava uma grande túnica
azul marinho com detalhes prateados, que lhe cobria todo o corpo inclusive a
cabeça, deixando a mostra só suas mãos e seu rosto que por sua vez era coberto
por uma mascara laranja totalmente lisa, sem mesmo buracos para os olhos. Me aproximei
do homem cautelosamente e perguntei:
-
Então, o que quer comigo?
-
Garoto, você vai encontrar um arcanjo não?
- Sim
senhor.
- Então
sente-se, precisamos muito conversar.
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