quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Capítulo Seis - Buraco de Rato

Muy bien chicos, o capitulo de hoje


                E eu pensei que seria mole arrancar alguma coisa daquele arcanjo. Bem, se até na viagem eu quase morri, eu nem queria imaginar o que aconteceria durante uma missão de verdade. Quando saí do vale, segui em direção ao litoral até o anoitecer. Nada de muito interessante ocorreu nesse espaço de tempo. Enquanto andava, pude notar tudo, tipo, tudo mesmo. Eu percebi cada alteração de temperatura, terreno ou vegetação. O vale era rodeado por uma grande floresta de arvores muito diversificadas, muitas delas bem baixas como arbustos, porem nenhuma com frutos o que me fez acreditar ainda mais na existência de alguém naquela região. Quem, ou o que vivia ali, provavelmente morava naquela casinha no centro do vale e se alimentava dos frutos das arvores da região, isso explicaria a falta de produtividade da vegetação.
                Continuei minha caminhada em direção a Haz muito vagarosamente, eu sabia que os arcanjos não gostavam de ficar esperando e esse era exatamente o propósito. Logo adiante, avistei um amontoado de rochas, uma formação muito estranha pra ter sido criada naturalmente. Aproximando-me, pude notar que em cima do conjunto repousava uma adaga de ferro que devia estar ali há muito tempo, porem estava completamente polida e afiada. Peguei a adaga e logo senti que talvez tivesse sido um erro. Quando eu a retirei, notei que havia uma rocha incrivelmente plana abaixo dela, que provavelmente teria sido feita especialmente para a adaga, pois quando o peso da lamina deixou a placa, ela imediatamente subiu, como se fosse uma placa de pressão.
                Idiota! O que aconteceria agora? Lanças sairiam do chão? Pêndulos afiados seriam arremessados das arvores e me cortariam em dois? Tigres raivosos arrancariam minha pele?  Bom, felizmente, nada disso aconteceu, muito pelo contrario, aquela placa de pressão abriu um caminho no chão entre as folhagens caídas e eu pude ver uma escada. Desço ou não desço? Tudo bem, o que eu tenho a perder não? Decidi prossegui em direção aos degraus. Era um buraco de rato. Literalmente. Era simplesmente um túnel cavado no meio da terra com alguns pilares de sustentação. Até as raízes das arvores eram visíveis, o que não me deixou nada confortável. A iluminação era extremamente precária, haviam apenas algumas tochas aqui e lá, todas muito desgastadas e quase em seu fim. Mas o pior é que aquele túnel me dava uma sensação de medo gigantesca. Era como se eu ficasse esperando alguém sair das paredes e me atacar. Não raciocinava direito, eu só queria chegar ao fim daquele inferno de túnel e ver o sol novamente. A quanto tempo estava lá? Dez minutos? Dez horas? Dez dias? Tinha perdido totalmente a noção do tempo, e também de todo o resto. Eu estava enlouquecendo e sabia que se não saísse de lá logo, não voltaria mais.
                Eu andava rapidamente, não, eu corria rapidamente na direção do que eu imaginava que fosse uma saída. Era apenas um ponto claro, um feixe de luz que vinha do fim do túnel. Estava esbarrando em tudo, já havia derrubado varias tochas, uma até queimou parte da minha roupa. Já não sentia mais minhas pernas ou qualquer outra parte do meu corpo quando eu simplesmente sentei e esperei a morte. Que maneira ridícula de morrer não? Nem havia começado minha jornada e já caíra em uma armadilha armada por um ladrão ou assassino. Não tinha mais forças, não podia continuar. Até que ouvi uma voz.
                - Então garoto? O que achou? – a voz era metálica e rouca como se passasse através de canos para chegar a mim.
                - Quem é você? Eu juro que se não me tirar daqui eu vou...
                - Vai o que? Não sei se percebeu, mas esse é o meu reino, aqui você é só um peão e eu sou o Deus.
                - Tudo bem senhor deus, o que quer comigo?
                - Direto ao ponto? Mas vamos conversar um pouco primeiro certo?
                - Eu realmente tenho cara de alguém que está disposto a conversar com um maníaco que prende pessoas em um túnel de rato?
                - Bom argumento garoto, mas então, se eu te levar de volta, você concorda em conversar comigo?    
                - Claro, só me tire daqui.
                Foi então que tudo ficou claro, em um piscar de olhos eu estava em outro lugar, em um buraco na terra, um circulo de aproximadamente cinco metros de diâmetro e eu estava bem no centro. Olhei para o chão e vi varias inscrições. Uma runa! Que estúpido! Eu cai em uma runa de ilusão, ela me prendeu eu um túnel imaginário que eu nunca poderia sair. Do outro lado do circulo uma figura repousava. Um homem muito velho com barba e cabelos longos e grisalhos. Usava uma grande túnica azul marinho com detalhes prateados, que lhe cobria todo o corpo inclusive a cabeça, deixando a mostra só suas mãos e seu rosto que por sua vez era coberto por uma mascara laranja totalmente lisa, sem mesmo buracos para os olhos. Me aproximei do homem cautelosamente e perguntei:
                - Então, o que quer comigo?
                - Garoto, você vai encontrar um arcanjo não?
                - Sim senhor.
                - Então sente-se, precisamos muito conversar.
                

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