quinta-feira, 1 de março de 2012

Capítulo Oito - Teu passado te condena


                Assustei-me com o que o velho poderia me contar. O que seria tão importante a respeito dos arcanjos que eu não sabia? Bem o jeito era ficar ouvindo.
                - Tudo bem, vá em frente – disse
                - É o que pretendo, vamos direto ao ponto.
                - Espere. Primeiro, eu preciso saber com quem estou falando. Ainda não sei se posso confiar em uma palavra que você diz. Isso poderia muito bem ser outra armadilha, ambos sabemos que você gosta de enganar as pessoas.
                - Eu não recomendo apresentações, devemos ser o mais breve possível, digamos que eu não sou exatamente “deste mundo” então não posso ficar muito tempo aqui.                          
                - Ótimo, pra mim fechou.
                - Então, como eu lhe dizia, há algo sobre os arcanjos que você precisa muito saber. Eles não estão exatamente lhe enviando para uma missão.
                - Calma aí. Eles não vão me matar, vão?
                - Não é o que pretendem, pelo menos, não agora. Essa “missão” é apenas um teste através do qual, eles pretendem descobrir se você ainda tem todos os seus poderes.
                - Poderes? Mas eu pensei que não fosse nada. Não tenho nenhum poder, sou apenas um camponês inútil.  
                - É aí que você se engana. E eles sabem muito bem disso. Você tem habilidades inimagináveis.             
                - E posso te perguntar como você sabe disso?
                - Bem, digamos que “seu passado te condena”, esse talvez seja o motivo para os arcanjos estarem atrás de você.
                - Mas o que de tão ruim eu fiz no meu passado?
                - Garoto, não me diga que não se lembra de nada.
                - Pois é exatamente isso que eu te digo, não me lembro de nada sobre meu passado, nada antes do dia em que acordei.
                - Eu adoraria explicar, mas vai ficar pra outro dia, se é que nos veremos novamente.
                - Mas por que não nos veríamos?
                - Eles me encontraram. Eles estão aqui.
                E a imagem do homem sumiu do outro lado do circulo de terra. Escalei as paredes até chegar ao topo, observando de cima, aquilo parecia um antigo poço, porem estava totalmente seco, o que me levou a pensar que aquilo havia sido escavado propositalmente para que alguém caísse. No que? Uma armadilha? Segui caminho. Sem mais atrasos, de preferência. Era o que eu pensava, pelo menos. Apenas alguns metros adiante, vi algumas marcas no capim. Pareciam ter sido feitas por um animal, um animal grande. Um tigre? Um leão? Não, não havia leões e tigres naquela região. O que existiam ali eram apenas cervos, coelhos, lobos e cobras. Aquilo não poderia ter sido feito por uma cobra poderia? Mas ela devia ter pelo menos uns 30cm de diâmetro, e eu nem queria imaginar qual seu comprimento.
                Prossegui. Quando a noite caiu, eu ainda estava na floresta. Meus cálculos estavam errados. Aquela floresta era muito maior do que eu imaginara.          O único problema, é que eu não estava preparado para acampar num lugar desses. Não podia dormir no chão, não depois do que eu vira antes. Decidi subir em uma arvore. Mas em qual? Todas ali tinham pelo menos uns 10 metros de altura. Sem graça, uma escalada fácil demais.
                Subi com destreza sob o tronco de um eucalipto, e me acomodei em um dos galhos mais baixos, era bem resistente e bem largo, o que me daria certo privilegio, porem, conforto nota 3,5. Aquela noite foi horrível. Sonhei a noite inteira, não sei como não caí da arvore, de tanto que me mexia. Acho que “alguém” não queria que eu morresse. Não ali. Quando acordei, desci rapidamente da planta e me pus em pé, examinando o chão. Minhas preocupações se mostraram reais. Aquele “algo” havia passado por ali de novo, e dessa vez teria dormido os meus pés. Continuei a procurar indícios de sua presença quando o Sol sumiu, mas ele sumiu só ao meu redor. Uma sombra? Sim, “aquilo” estava ali, nas minhas costas, bloqueando o Sol, só esperando o momento certo para me engolir com apenas uma bocada. Acho que a mesma pessoa que não me deixou cair daquela arvore me pregara uma peça.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Capítulo Sete - Discussão de negócios


                Carlos acordou assustado. Tinha sido um sonho horrível. Apesar de acostumado a ter pesadelos, em virtude de sua vida extremamente entediante, esse era diferente. Parecia muito real, real demais. No sonho, havia dois homens conversando, sentados uma enorme mesa, um em cada extremidade. Parecia ser uma mesa de reuniões de uma grande empresa, porém, não se viam funcionários. A iluminação era fraca, apenas uns feixes de luz azulada invadiam a sala por baixo das persianas cor marfim, colorindo a sala com as luzes de uma cidade que nunca dorme. Apesar de aquilo parecer uma reunião, os homens não falavam uma palavra sequer, apenas ficavam lá sentados encarando um ao outro.
                Também notou que não podia se mover, por mais que tentasse, era como se só estivesse assistindo à uma projeção, uma sequência de fatos, que imaginava que fossem muito importantes. Decidiu então prestar mais atenção, e notou que os homens não tinham rosto. Eram apenas dois corpos humanóides mas no lugar de uma face humana, apenas um manto negro lhes cobria a parte posterior da cabeça, não entendeu o significado, porem aceitou as circunstancias.
                Foi então que ouviu algo. Um som muito parecido com um gemido, mas que vinha carregando o medo e a angustia para dentro de Carlos, era como se escutasse aquilo apenas em sua mente, seus ouvidos não eram capazes de decifrar a tal freqüência dos sons. Deduziu que o som vinha de um dos homens, não era possível identificar a qual pertencia a voz de sua mente, contudo, isso se tornaria inútil, pois agora eram duas vozes em uníssono, gemendo ou cantando, rindo ou chorando, não sabia. Podiam muito bem estarem se comunicando entre si, planejando algo, algo que envolvesse a Carlos. Decidiu esquecer isso, não levaria a nada.
                Até que finalmente entendeu uma palavra que os homens disseram: “aqui”. Bem, isso não significava nada, pelo menos pra ele. Talvez estivessem falando de um futuro encontro, para discutir assuntos inacabados naquele dia, talvez aquilo fosse realmente uma rotina dos homens, se encontrarem naquele lugar todos, ou em alguns dias para resolver problemas, ou simplesmente conversar. Podiam muito bem estar falando de planos, algo que ia acontecer, ser executado naquele lugar, afinal era uma sala de reuniões, varias pessoas passariam, eventualmente pelo mesmo caminho, então seria uma estratégia perfeita. Foi então que veio em sua mente, como um flash, porem sabia que era isso. Os homens falavam dele, Carlos, ele estava “aqui”, presente naquela sala, escutando o que falavam, mesmo sem entender uma palavra.
                O sangue de Carlos congelou. Quando voltou-se novamente para os homens, ambos o olhavam fixamente, muito próximos, já fora de seus assentos. Acordou, era outro dia, outro dia incrível na vida excitante de um simples funcionário que fazia planilhas eletrônicas pra uma empresa gigante, ganhando um salário precário, e sendo subjugado por seus superiores e até pelos que considerava amigos. Olhou seu relógio sobre a cabeceira da cama. Marcava 5 h da manha do dia 13 de abril de 2012, aquele ano seria uma droga. Já previa. Abriu a gaveta e agarrou o revólver, examinou-o e o guardou novamente, talvez outro dia, mas não hoje.

             Antes de encerrar o capítulo, gostaria de pedir um favor. Eu PRECISO do feedback de vocês. O que estão achando? Como estão ficando os capítulos? O que está bom? O que devia melhorar? O que não deveria mais aparecer? Eu preciso saber como estou escrevendo, afinal, não sou eu que leio. Eu também gostaria de saber pra quem estou escrevendo, se é que muitas pessoas leem isso. Porque eu não me importo de escrever pra 7 ou 7000 pessoas, se pelo menos 1 pessoa estiver lendo o que eu escrevo nesse blog, eu vou continuar, porem eu preciso de incentivo. Gostou? Deixe um comentário, e diga o porquê. Não gostou? Faça o mesmo. Mas eu quero saber como esta o andamento disso. E finalmente, divulguem, contem pros amigos, pro papai, pra mamãe, pro vovô, pra vovó, pro cachorro, pra seu amigo imaginário, enfim, compartilhe isso com o máximo possível de pessoas, é só isso que eu peço.


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Capítulo Seis - Buraco de Rato

Muy bien chicos, o capitulo de hoje


                E eu pensei que seria mole arrancar alguma coisa daquele arcanjo. Bem, se até na viagem eu quase morri, eu nem queria imaginar o que aconteceria durante uma missão de verdade. Quando saí do vale, segui em direção ao litoral até o anoitecer. Nada de muito interessante ocorreu nesse espaço de tempo. Enquanto andava, pude notar tudo, tipo, tudo mesmo. Eu percebi cada alteração de temperatura, terreno ou vegetação. O vale era rodeado por uma grande floresta de arvores muito diversificadas, muitas delas bem baixas como arbustos, porem nenhuma com frutos o que me fez acreditar ainda mais na existência de alguém naquela região. Quem, ou o que vivia ali, provavelmente morava naquela casinha no centro do vale e se alimentava dos frutos das arvores da região, isso explicaria a falta de produtividade da vegetação.
                Continuei minha caminhada em direção a Haz muito vagarosamente, eu sabia que os arcanjos não gostavam de ficar esperando e esse era exatamente o propósito. Logo adiante, avistei um amontoado de rochas, uma formação muito estranha pra ter sido criada naturalmente. Aproximando-me, pude notar que em cima do conjunto repousava uma adaga de ferro que devia estar ali há muito tempo, porem estava completamente polida e afiada. Peguei a adaga e logo senti que talvez tivesse sido um erro. Quando eu a retirei, notei que havia uma rocha incrivelmente plana abaixo dela, que provavelmente teria sido feita especialmente para a adaga, pois quando o peso da lamina deixou a placa, ela imediatamente subiu, como se fosse uma placa de pressão.
                Idiota! O que aconteceria agora? Lanças sairiam do chão? Pêndulos afiados seriam arremessados das arvores e me cortariam em dois? Tigres raivosos arrancariam minha pele?  Bom, felizmente, nada disso aconteceu, muito pelo contrario, aquela placa de pressão abriu um caminho no chão entre as folhagens caídas e eu pude ver uma escada. Desço ou não desço? Tudo bem, o que eu tenho a perder não? Decidi prossegui em direção aos degraus. Era um buraco de rato. Literalmente. Era simplesmente um túnel cavado no meio da terra com alguns pilares de sustentação. Até as raízes das arvores eram visíveis, o que não me deixou nada confortável. A iluminação era extremamente precária, haviam apenas algumas tochas aqui e lá, todas muito desgastadas e quase em seu fim. Mas o pior é que aquele túnel me dava uma sensação de medo gigantesca. Era como se eu ficasse esperando alguém sair das paredes e me atacar. Não raciocinava direito, eu só queria chegar ao fim daquele inferno de túnel e ver o sol novamente. A quanto tempo estava lá? Dez minutos? Dez horas? Dez dias? Tinha perdido totalmente a noção do tempo, e também de todo o resto. Eu estava enlouquecendo e sabia que se não saísse de lá logo, não voltaria mais.
                Eu andava rapidamente, não, eu corria rapidamente na direção do que eu imaginava que fosse uma saída. Era apenas um ponto claro, um feixe de luz que vinha do fim do túnel. Estava esbarrando em tudo, já havia derrubado varias tochas, uma até queimou parte da minha roupa. Já não sentia mais minhas pernas ou qualquer outra parte do meu corpo quando eu simplesmente sentei e esperei a morte. Que maneira ridícula de morrer não? Nem havia começado minha jornada e já caíra em uma armadilha armada por um ladrão ou assassino. Não tinha mais forças, não podia continuar. Até que ouvi uma voz.
                - Então garoto? O que achou? – a voz era metálica e rouca como se passasse através de canos para chegar a mim.
                - Quem é você? Eu juro que se não me tirar daqui eu vou...
                - Vai o que? Não sei se percebeu, mas esse é o meu reino, aqui você é só um peão e eu sou o Deus.
                - Tudo bem senhor deus, o que quer comigo?
                - Direto ao ponto? Mas vamos conversar um pouco primeiro certo?
                - Eu realmente tenho cara de alguém que está disposto a conversar com um maníaco que prende pessoas em um túnel de rato?
                - Bom argumento garoto, mas então, se eu te levar de volta, você concorda em conversar comigo?    
                - Claro, só me tire daqui.
                Foi então que tudo ficou claro, em um piscar de olhos eu estava em outro lugar, em um buraco na terra, um circulo de aproximadamente cinco metros de diâmetro e eu estava bem no centro. Olhei para o chão e vi varias inscrições. Uma runa! Que estúpido! Eu cai em uma runa de ilusão, ela me prendeu eu um túnel imaginário que eu nunca poderia sair. Do outro lado do circulo uma figura repousava. Um homem muito velho com barba e cabelos longos e grisalhos. Usava uma grande túnica azul marinho com detalhes prateados, que lhe cobria todo o corpo inclusive a cabeça, deixando a mostra só suas mãos e seu rosto que por sua vez era coberto por uma mascara laranja totalmente lisa, sem mesmo buracos para os olhos. Me aproximei do homem cautelosamente e perguntei:
                - Então, o que quer comigo?
                - Garoto, você vai encontrar um arcanjo não?
                - Sim senhor.
                - Então sente-se, precisamos muito conversar.
                

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Capítulo cinco - Lagrimas, partidas


Opa e ai cambada? Bom primeiramente quero me desculpar pela falta de posts. Mas é que eu tinha saído de ferias, e não tinha pc e talz. Mas estamos de volta! Eu estou pretendendo, PRETENDENDO, fazer dois capítulos por semana, um na terça e outro na quinta então vamos ver no que é que dá isso, mas enfim, ao capítulo de hoje.


                - Tudo bem pai, não se preocupe, antes que você perceba eu já vou estar de volta.
                - Mas eu estou preocupado em você não voltar. Tem certeza que é seguro?
                - Pai, eu vou estar acompanhada de mais duas pessoas, mesmo que for perigoso, acho
que vamos dar conta.
                - Filha, eu falei com seu irmão, e ele disse que estaria disposto a ir em seu lugar nessa missão e ele...
                - Droga pai! Será que o senhor não pode me dar um voto de confiança? O que o Gary tem que eu não tenho? Isso é só porque ele é homem não é? Eu me preparei a minha vida toda para uma missão como essa e quando eu finalmente sou convocada para uma o senhor quer que eu abra mão dela simplesmente porque ele quer ir no meu lugar?
                - Você sabe muito bem que não por isso que eu não quero que você vá. Filha, você é minha garotinha, e sempre será. Eu não suportaria nem pensar em te perder. Seu irmão já é um homem e mesmo eu o amando muito, eu sei que se eu o perder, ainda terei você aqui do meu lado.
                - Eu entendo pai, mas eu te prometo que se você me der uma chance, eu vou provar que eu consigo fazer qualquer coisa e ainda vou voltar pra casa pronta pra de dar mais um abraço.  
                Nesse momento a porta da casa se abre e um homem de armadura completa entra e avisa:
                - Senhorita Mayra, a sua carruagem a espera.
- Então pai, é agora ou nunca. O que o senhor me diz?
- Tudo bem filha. Você cresceu e eu tenho que aceitar isso, mas lembre-se da sua promessa. Você vai voltar.
- Sim pai, eu prometi e vou cumprir. Fique me esperando que eu volto em breve. – mal sabia o pobre homem que “em breve” significaria muito mais tempo do que ele podia imaginar.

OMGGGG, que capítulo minusculo o.O
Poise, acostumem-se porque os capítulos da terça feira serão geralmente muito menores que o normal, por que eu não tenho tempo na segunda pra faze-los então... Deal with it!


                           

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Capítulo quatro - Memorias de um deserto


                A viagem até Haz foi tudo, menos interessante. Quando eu partira de meu encontro com o espírito do vento, o sol estava no topo do céu. Calculei que deveria chegar a Haz dentro de 20 ciclos solares mas infelizmente não tive essa sorte. Tracei todas as rotas antes de sair. Mesmo sem um mapa, já conhecia aquele território há muito tempo, então me perder era quase impossível.
                Eu seguiria na direção do nascente até avistar a cidade de Tehsy, uma das maiores da província da terra, e assim o fiz. Quando avistei os muros da cidade, encoberta por uma enorme tempestade de areia fiquei feliz por encontrar civilização. Andar pelos desertos sozinho é muito perigoso, ainda mais desprotegido. Eu realmente pensava que não ia conseguir, até ver a minha salvadora cidade.
                Uma lágrima escorreu pelo meu rosto, ver aquela cidade me lembrava de minha terra natal, um lugar muito lindo, que foi totalmente arrasado na guerra entre os terrenos e os grandes. Mesmo tendo saído de lá ainda pequeno, ainda podia ver os rostos de todas as pessoas da cidade, gente muito feliz e acolhedora, e que provavelmente deveriam estar todos mortos agora. Lembrava da escola de magia que freqüentava, de todos os meus amigos de infância, de meus mestres, de meus vizinhos, dos senhores muito simpáticos que faziam a colheita na fazenda e que sempre davam a mim e aos outros garotos umas frutas de seus cestos. Lembrava também de minha família é claro. Nunca os esquecera. Talvez durante a fuga tenham conseguido se salvar, mas isso continuava um mistério para mim. Assim como o fato de uma briga entre as divindades ter acabado com muitas civilizações, mas claro, aquilo havia acontecido há séculos atrás.
Ah, desculpem, esqueci de informar. Durante minhas viagens ao redor do mundo, conheci inúmeros mestres, magos, feiticeiros, e necromantes (não, não são todos a mesma coisa) e com todo o estudo dado por eles, aprendi a canalizar a força da natureza para meu corpo, mantendo-o jovem sempre. Mas isso estava se tornando cada vez mais difícil. O mundo estava entrando em guerra novamente, e consequentemente, a natureza era novamente ignorada, sendo apenas um campo de batalha nas mãos da ambição dos celestes, sinceramente, acho que se fosse pro mundo continuar em guerra, que os humanos ainda os dominassem. Os “divinos” como gostam de ser chamados, condenaram os seres humanos pela sua ganância e ambição, mas era exatamente assim que os mesmos estavam se comportando naquela situação.
Observei a cidade novamente. Parecia tão calma, como se todos os habitantes estivessem livres de preocupações, um privilégio que eu não tinha há muitos anos. Desci a encosta de areia e fui de encontro aos portões de Thesy, já estava anoitecendo, e eu precisava urgentemente de um local seguro para dormir.
- Olá – me dirigi ao guarda que controlava a entrada da cidade.
- Somente assuntos governamentais forasteiro. A cidade está fechada.
- Mas o que aconteceu aqui?
- Onde esteve nos últimos dez anos? O a guerra não nos permite o luxo de ficarmos calmos. Portanto, se não tem nenhum assunto oficial para tratar aqui, sugiro que volte pra casa.
- Certo, assim farei. Obrigado. – mas é claro que não faria aquilo. Eu não aprendera só a me manter jovem em minhas viagens, também aprendera os segredos da mente. Poderia facilmente invadir uma mente tão frágil e fazê-lo me abrir o portão para mim. E foi isso que fiz.
Concentrei-me na mente do guarda. Li todos seus pensamentos. Senti todas as suas dores, suas alegrias e sonhei todos os seus sonhos. Descobri que seu nome era Seth, e que ele perdera toda sua família em uma invasão de demônios comandados por Chaos. Também notei que ele era apaixonado por uma mulher chamada Samanta, a dona da loja de suprimentos da cidade, e que iria pedi-la em casamento naquela noite, se não tivesse sido obrigado a cuidar dos portões da cidade. Por um momento senti pena do homem, e fiquei muito mal por ter o julgado tão mal. Então fui logo ao que interessava. Minha entrada na cidade. Disparei esse pensamento contra o guarda e ele imediatamente me parou.
- Senhor. Venha comigo, posso abrir os portões para você. Só quero que assine seu nome aqui. Ordens do chefe.
- Tudo bem soldado, assim farei – assinei meu nome no pergaminho que o homem “Deegan, o mago da água”



Foi mal pelo atraso, acabei ficando sem pc ontem :S

sábado, 14 de janeiro de 2012

Capitulo tres - Reunião de Familia


                - Desculpe senhor, mas não posso deixá-lo entrar aqui sem identificação - disse um dos guardas para o homem que caminhava em direção a porta. Os dois se portavam um de cada lado da porta com suas lanças cruzadas formando um “X”.
                - Não lhe devo satisfação idiota. Agora me deixe passar ou terei que entrar a força – respondeu o intruso.
                - Tudo bem, então o senhor não me deixa escolha. Aqui será sua tumba – finalizou o guarda entrando em posição de batalha, olhou para seu parceiro, que fez o mesmo e se preparou para avançar.
                - Não seja estúpido Frederic, só vai perder seu tempo, e sua vida – o homem vinha andando do fundo do corredor em direção à porta.
                - Meu senhor! – disse o guarda ficando de joelhos em forma de respeito – eu só estava impedindo que esse invasor entrasse em seus aposentos.
                - Isso é besteira. Sempre tenho tempo para meus irmãos! Hibério me acompanhe, sim?
                - Claro Eli, como desejar.
                - Já disse pra não me chamar assim tolo. Pelo menos não na frente de meus filhos. Agora, se me permite, temos muito que conversar.
                - Tudo bem. Vá na frente – ao passar pela porta, o homem olhou para o guarda com ar de deboche. – se ferrou idiota.
                Os dois entraram na sala, era um salão enorme com grandes pilastras que, assim como o chão, eram feitas de mármore branco. Todo o cômodo era extremamente iluminado e uma abertura de vidro no teto refletia o sol, que quase cegava Hibério, mas que parecia sequer incomodar Elion. O rei dos céus pegou dois cálices e os encheu com um liquido dourado.
                - Me acompanha irmão? – disse oferecendo um dos recipientes para o outro.
                - Sabe que não posso recusar. Amo néctar. Realmente uma invenção extremamente incrível dos terrenos – “os terrenos” era como os anjos se referiam aos deuses criados pelos humanos, eram seres muito poderosos criados a partir da fé humana, a quem eles detestavam profundamente. Todos foram exterminados um por um com o passar dos tempos por ordem de Elion, porém sua cultura e invenções nunca foram esquecidas – imagino o que mais não teriam inventado se alguém não fosse cabeça quente tentasse um acordo.
                - Admita Hibério, nem você aturava aqueles vermes, fiz o que fiz, pensando sempre no melhor para todos.
                - Eu realmente não estou a fim de discutir isso novamente com você Elion, então vamos mudar de assunto ok?
                - Sim, direto ao que interessa. Não entendi direito suas intenções quando me comunicou que viria a minha morada.
                - Eu quero falar sobre o humano. Tem certeza que é uma boa idéia mandá-lo assim numa missão dessas? Ele pode acabar com tudo, sabe como é idiota.
                - Não seja tolo Hibério, você realmente acha que se isso fosse uma operação real eu realmente mandaria um simples camponês realizá-la?
                - Bem, olhando por esse lado, realmente seria idiotice.
                - Exatamente, isso é só um teste. Tudo será armado simplesmente para testá-lo, então não poremos nada em risco real.
                - Testá-lo? Não acha que ele já provou tudo o que precisava quando fez todo aquele estrago no passado?
                - Talvez realmente não fosse necessário, porem ele perdeu toda a memória. Temos que saber se ele não perdeu também as suas habilidades, o que eu espero profundamente que não tenha acontecido.
                - Está certo de que ele realmente pode ser útil? Para mim ele continua sendo uma ameaça, se fosse por mim, ele já deveria ter sido morto.
                - Mas felizmente para todos nos, essa decisão não cabe a você meu irmão. Então pode, por favor, fazer o que lhe foi designado.
                - Tudo bem, só estou dizendo que isso pode ser uma péssima idéia. Mas faça o que lhe parecer correto irmão.
                - Não faça pressão psicológica Hibério, isso não funciona comigo e você sabe muito bem disso.
                - Sim. Eu realmente sei. Agora, me esclareça uma coisa.
                - Diga irmão.
                - De quem foi a idéia de deixar Thalion passar a missão ao garoto?
                - Eu também acho que talvez não tenha sido a melhor escolha a se fazer.
                - Você acha? Thalion é um idiota, ele não vai conseguir mentir para o garoto e vai acabar entregando nossos planos. Não poderia, pelo menos, mandar Oxy dar a mensagem a ele?
                - A função de Oxy em todo esse plano, é ser o “melhor amigo” do garoto. Deixá-lo tranquilo em relação a tudo.
                - Tudo bem. Assunto encerrado, mas você realmente acha que o garoto é f...
                Nesse momento um dos guardas invade a sala, estava com a armadura totalmente danificada. Com varias flechas cravadas no elmo e no escudo e com a lança quebrada. Ainda ofegante, o rapaz disse a seu mestre:
                - Meu senhor. Os senhores devem fugir imediatamente.
                - Recomponha-se homem. O que aconteceu?
                - A fortaleza...Ela...Acabou de ser invadida. Não acho que conseguiremos expulsá-los.
                - E quem seriam os invasores general?
                - Ninguém sabe senhor. Mas parece ser a tropa de Chaos.
                - Pelos céus Elion, o que você fez?
                - General, prepare minha armadura e minhas armas. Eu vou para a batalha.

Post novo só na quinta feira, enquanto isso, assistam o UFC hoje \o//////

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Capítulo dois - Então, um mercenário


                - Aguardava a minha chegada? – disse o celestial quebrando o silencio
                - O que você imagina? – respondi rispidamente
                - Se eu fosse você, exilado, falaria com mais respeito com alguém tão poderoso – eu cheguei a comentar da grande humildade do povo do vento?
                - E então? Os outros não vêm não é?
                - Imagino que não. Se não fosse de meu interesse, eu mesmo não teria vindo a seu encontro.
                - De seu interesse? Mas por que isso lhe interessaria tanto?
                - Em breve saberá carnal, agora, por que me chamas?
                - Porque eu quero saber quem eu sou, simplesmente isso. Não acha que é um motivo importante o bastante?
                - Ora, ora. O rapaz se sente sozinho no mundo. Comovente.
                - Não me irrite Oxy, não estou afim de fazer uma besteira aqui.
                - E o que de tão magnífico alguém tão poderoso poderia fazer? – o sarcasmo do celeste fervia-me o sangue. -Bem, eu tenho medo somente em pensar em algo asism.
                - Tudo bem, mas vamos ao que interessa. Você...
                - O senhor.
                - Não abusa beleza?
                - Se não desejas se dirigir a mim com respeito, não desejo responder-lhe.
                - Ok. O senhor poderia esclarecer as minhas duvidas?
                - Talvez. Mas tudo tem um preço.
                - Como assim? Não tenho dinheiro. Sou um desgraçado neste mundo, não tenho comida e muito menos uma casa. Nada posso lhe oferecer.
                - Você me pagará com serviços. Na verdade, pagará a mim e a meus irmãos. Sempre que precisarmos de você para algo, o chamaremos. E você respondera.
                - Mas por que eu? Não possuo nenhuma habilidade que me diferencie, ou pelo menos que me iguale aos seus guerreiros, senhor do vento. Não tenho poderes, força, ou armas para me defender.
                - E é para isso que vão servir essas missões. Com elas, você será obrigado a exibir sua verdadeira força simplesmente para sobreviver.
                - Mas e se eu acabar por falhar antes disso acontecer?
                - Bem, a responsabilidade disso não será minha. Você deve se defender com tudo o que lhe parecer propicio. Use sua inteligência e sua criatividade e os inimigos cairão a seus pés.
                - Alguém mais me acompanhara nessas missões?
                - É claro que não lhe mandaríamos sozinho e desprotegido, se você morresse, nossos planos seriam descobertos. Você será acompanhado de duas pessoas. Deegan, um mago do templo da água, e Mayra, uma guerreira do fogo. Ambos têm experiência em campo e devem lhe ser muito uteis.
                - E qual é a minha primeira missão?
                - Isso não cabe a mim. Vá para a costa, no templo de Haz, Deegan e Mayra já devem estar lhe aguardando. Thalion lhes dará a primeira tarefa.
                - Obrigado Ox... Digo senhor Oxy.
                - Melhor. Agora vá.
                Virei-me e fui andando, porem quando já estava saindo da clareira Oxy me surpreendeu.
                - Boa sorte, e não morra.
                - Vou tentar. Obrigado. 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Capitulo um - Finalmente uma resposta


                E lá estava eu, novamente esperando. Já era a segunda vez que eu tentava fazer contato com um dos grandes e eles não vinham a meu encontro. Mas talvez dessa vez fosse mudar pra variar.
                Olhei a minha volta por um segundo, sequer havia notado o quão belo era aquele lugar em que estava. Um belíssimo vale, assim posso resumir. Como qualquer vale, ficava entre duas montanhas moderadamente altas, em sua base corria um pequeno córrego cortado por uma singela ponte de madeira vermelha um tanto envelhecida pela chuva e o frio extremo, um pouco mais acima eu podia ver alguns bodes sobre as pedras, se equilibrando perfeitamente, com uma destreza inquestionavel.  Também notei uma trilha que subia a partir da pequena ponte e cortava o monte até o seu cume, que a mim era invisível pelo ângulo em que me encontrava.
                Mas o vale em si era a coisa mais bela. Era uma pequena faixa de terra entre as montanhas, tinha uma grama perfeitamente aparada, algumas árvores, e varias flores espalhadas aleatoriamente por toda a extensão da terra. Apesar do frio, vários animais também se encontravam ali. Algumas espécies muito estranhas que imagino que tenham vindo de uma época muito distante. Eram criaturas muito pequenas com orelhas enormes para seu tamanho, tinham pelos por todo o corpo e andavam saltitantes, como se estivessem sempre felizes.
                Uma trilha cortava o centro do vale levando à uma casinha muito modesta, com apenas duas janelas e uma porta. Uma cerca branca de madeira impedia a entrada dos animais e alguns arbustos enfeitavam o pátio abaixo das janelas. As telhas tinham um tom meio avermelhado e uma chaminé se erguia sobre o telhado cuspindo uma fina nuvem de fumaça branca ao céu, o que me fez acreditar que havia alguém em casa.
                Quando eu estava prestes a desistir de esperar senti algo que jamais sentira antes. Todo o meu corpo se aqueceu subitamente e uma sensação de esperança e força nasceu dentro de mim. Senti como se tudo o que me fazia mal tivesse sumido, me senti mais forte, corajoso e... vivo! Isso! Eu me senti mais vivo naquele momento. Eu não sabia de onde teria saído súbita injeção de energia, mas já tinha uma idéia. Olhei para o céu, e os meus pensamentos se provaram verdadeiros.
                Flutuando, uns 5 metros acima de mim, estava a criatura mais incrível que eu já vira. Era um homem muito jovem, com expressões suaves e olhar piedoso. Tinha longos cabelos negros que caiam como uma cachoeira por cima de seus ombros. Os seus olhos, extremamente brilhantes, tinham cor de esmeralda e eram muito profundos, como se já tivessem visto todas as desgraças e conquistas do mundo. O sujeito usava uma armadura completa, exceto pelo elmo que carregava em sua mão esquerda. A roupa de proteção era totalmente verde, muito polida e com algumas pedras negras cravadas nos braços.
                O peito tinha, em relevo, a face de um dragão com olhos de ametista e com dentes do tamanho de dedos. Em seu braço direito, possuía um escudo de formato perfeitamente circular com algumas pedras brilhantes cravadas e com o símbolo do povo do vento no centro.
                Em sua cintura, embainhada, estava sua espada. Clássicas na terra do ar, as espadas dos guerreiros Yahas eram produzidas através da combustão do ferro por dragões, até que essa técnica de forja foi banida, pelo perigo extremo que representava, tornando essa espada, a ultima produzida dessa maneira. A parte de traz da armadura do guerreiro, possuía duas fendas que davam passagem a duas enormes asas brancas extremamente belas.
                Não haviam duvidas, aquele parado na minha frente era Oxy, o espírito do vento.

Introdução ao oitavo dia


Olá, meu nome é Randon (ao menos eu acho que seja), e acho que é importante que eu lhes deixe a par das situações que estão ocorrendo com o nosso mundo hoje. Talvez muitos fiquem confusos, mas não se preocupem, eu mesmo não entendi muito bem essa história quando me contaram.
Mas antes, vou contar a vocês a minha história. O máximo que eu me lembro é que eu acordei no meio de um campo de Fids (um tipo de alimento muito parecido com o que vocês da era pré-celeste chamavam de arroz). Eu fui tirado de lá por um habitante da região, e não me lembrava de nada, somente sabia o meu nome, devido à um pedaço de papiro que estava no meu bolso. Nele estava escrito Randon, ainda não sei se esse é realmente o meu verdadeiro nome, mas Victor, o aldeão que me retirou da água, achou melhor me chamar assim até que eu me lembrasse de alguma coisa.
Garanto a vocês que eu sei tão pouco dessa historia quanto qualquer outro. Por que havia aquele papiro no meu bolso? De onde eu teria vindo? Eu perguntei aos aldeões se algum deles já havia me visto por perto e todos informaram que não. Então, como eu fui parar ali? Bem, esses são mistérios que até hoje eu não sei responder, mas se eu lembrar eu te conto, ok?
Agora, vamos ao que interessa. O que o mundo é hoje em dia. Isso pode parecer um pouco estranho, mas o mundo acabou. O apocalipse chegou e todas as formas de vida foram extintas. Tudo o que eu sei são lendas, então cabe a você decidir se acredita ou não.
Antigamente, o mundo era dividido em partes, não me lembro exatamente como se chamavam, mas era alguma coisa parecida com “raízes”. Bem, esses raízes (como decidi chamar) eram blocos terrestres que cresciam e se desenvolviam separadamente uns dos outros, cada um tinha o seu povo, sua língua nativa e seus costumes. Os raízes eram comandados cada um por seu próprio comandante, e eram separados uns dos outros por fronteiras, sendo que muito dificilmente pessoas de raízes diferentes se relacionassem, o que na minha opinião era uma idiotice, pois como povos da mesma espécie podem se odiar?
Naquela época, quem reinava sobre a terra eram os humanos, uma raça um tanto quanto peculiar. Eram extremamente inteligentes e burros ao mesmo tempo. Criavam utensílios, ferramentas, maquinas e muitas outras coisas extremamente incríveis, porem primitivas. Os humanos eram um povo que não se relacionava, todos eram individualistas e não se preocupavam com os outros. Também eram extremamente hipócritas, sendo que queriam que os outros fizessem o que não tinham coragem de fazer.
Bem, agora já da pra entender por que essas criaturas tão primitivas foram extintas não? O que levou o mundo a ser destruído, foi exatamente a ganância do ser humano. Os povos entraram em conflito por coisas banais como recursos naturais, fazendo com que o mundo virasse um caos total.
Na minha opinião, já estava na hora deles se matarem, pois estavam conseguindo acabar com o planeta e com a natureza. Porem, o criador, decidiu fazer um ultimo esforço para salvar os humanos. Ele enviou um amuleto muito poderoso para a Terra. Um amuleto com o qual o mundo seria governado. Um humano deveria usá-lo e com ele reinar sobre a Terra, garantindo paz e prosperidade a todos.
Por um bom tempo, aquilo realmente parecia ter funcionado. A humanidade estava unificada e todos viviam felizes. As pessoas voltaram a ter fé, já que tinham visto o real poder do criador e a paz reinava por todo o planeta. Ate que a ambição humana novamente se mostrou mais forte que o seu desejo por paz. Começaram a haver novos conflitos para decidir quem seria o novo governante da Terra e o mundo novamente entrou em guerra.
Vendo a situação em que o mundo estava, o criador simplesmente desistiu da raça humana e enviou seus sete filhos à Terra. Os sete grandes, como são chamados eram: Hibério, o rei dos mares, Thalion o monge da terra, Phyro, o imperador do fogo, Graham, o mago da natureza, Oxy o espírito do vento, Elion o monarca governador dos céus, Chaos o príncipe das trevas e Mistral, a governanta da luz e da ordem. Eles foram enviados à Terra para decidir o destino dos humanos e para o azar deles, foi decidido que a humanidade deveria ser extinta.
Hibério lançou seus poderes sobre o mar, fazendo-o invadir a terra com ondas gigantescas. Foram criados tornados e tempestades lideradas por Oxy e Elion. A lava fluía da terra e os tremores comandados por Thalion e Phyro acabaram com tudo o que estava ainda estava vivo. As plantas e os animais se voltaram contra a humanidade acabando com o restante por ordem de Graham. Os únicos que não participaram da destruição foram Chaos e Mistral.
Foi declarado que Chaos era demasiado perigoso para uma missão como essa e que qualquer descuido seu, poderia destruir o planeta. Mistral por sua vez decidiu por vontade própria não participar da carnificina e se isolou com o criador no palácio celeste. Após todo o ocorrido, os sete grandes, que agora haviam se tornado cinco, foram incumbidos de criar uma nova civilização, que reinasse na Terra.
Foram criadas montanhas gigantescas onde seria a morada do Povo do Vento, um povo extremamente inteligente e persuasivo, eram muito perigosos justamente por sua habilidade de enganar as pessoas para que fizessem sua vontade. Os oceanos voltaram ao seu nível, e juntamente com as colossais geleiras, viraram as bases para os templos da água, que abrigavam o povo de Hibério, uma civilização muito avançada tecnologicamente e também muito inteligente e culta. Com certa desaprovação por parte dos outros, Thalion criou os insuperáveis desertos onde o povo da terra viveria. Um povo extremamente forte e com uma cultura muito peculiar. Eram famosos por sua culinária e principalmente por suas musicas. Nos intermináveis vulcões e nas terras áridas foram criadas as cidades do fogo, um povo muito agressivo e guerreiro. Possuíam poderosas armas e técnicas de batalha imbatíveis. No topo das arvores, nas grandes florestas, foi que o povo da folha se estabeleceu. Eram muito ligados com a natureza e todos os seres vivos, desprezavam todo o tipo de violência. Acima das nuvens, foi criada a morada do trovão, onde o povo do céu viveria. Até hoje ninguém sabe nada sobre eles, só sabemos que são extremamente poderosos.
                Após a criação de tudo, foi também criada uma área para que Chaos pudesse criar seu povo, o submundo. Guardado pelo povo do fogo, a entrada da morada de Chaos permanece em segredo a todos. Somente sei que Chaos optou por viver sozinho, não criou cidades e tão pouco povos. Mistral  nunca mais foi encontrada, permanecendo um mistério até mesmo para o criador. Ninguém nunca mais ouviu falar, nem sentiu sua presença. Foram mandados mercenários, exploradores e toda a sorte de pessoas para descobrir seu paradeiro, mas todas as buscas falharam, dando a impressão de que ela havia se isolado em outra parte do cosmo.
                E assim estamos até hoje, pelo menos a maioria das pessoas, pois meu passado é tão obscuro quanto a alma de Chaos. Não sei de onde vim, não sei a que povo eu pertenço. Não tenho as habilidades especiais de nenhuma das castas e não tenho família. Então, quem sou eu? Talvez você possa me ajudar a descobrir.