segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Introdução ao oitavo dia


Olá, meu nome é Randon (ao menos eu acho que seja), e acho que é importante que eu lhes deixe a par das situações que estão ocorrendo com o nosso mundo hoje. Talvez muitos fiquem confusos, mas não se preocupem, eu mesmo não entendi muito bem essa história quando me contaram.
Mas antes, vou contar a vocês a minha história. O máximo que eu me lembro é que eu acordei no meio de um campo de Fids (um tipo de alimento muito parecido com o que vocês da era pré-celeste chamavam de arroz). Eu fui tirado de lá por um habitante da região, e não me lembrava de nada, somente sabia o meu nome, devido à um pedaço de papiro que estava no meu bolso. Nele estava escrito Randon, ainda não sei se esse é realmente o meu verdadeiro nome, mas Victor, o aldeão que me retirou da água, achou melhor me chamar assim até que eu me lembrasse de alguma coisa.
Garanto a vocês que eu sei tão pouco dessa historia quanto qualquer outro. Por que havia aquele papiro no meu bolso? De onde eu teria vindo? Eu perguntei aos aldeões se algum deles já havia me visto por perto e todos informaram que não. Então, como eu fui parar ali? Bem, esses são mistérios que até hoje eu não sei responder, mas se eu lembrar eu te conto, ok?
Agora, vamos ao que interessa. O que o mundo é hoje em dia. Isso pode parecer um pouco estranho, mas o mundo acabou. O apocalipse chegou e todas as formas de vida foram extintas. Tudo o que eu sei são lendas, então cabe a você decidir se acredita ou não.
Antigamente, o mundo era dividido em partes, não me lembro exatamente como se chamavam, mas era alguma coisa parecida com “raízes”. Bem, esses raízes (como decidi chamar) eram blocos terrestres que cresciam e se desenvolviam separadamente uns dos outros, cada um tinha o seu povo, sua língua nativa e seus costumes. Os raízes eram comandados cada um por seu próprio comandante, e eram separados uns dos outros por fronteiras, sendo que muito dificilmente pessoas de raízes diferentes se relacionassem, o que na minha opinião era uma idiotice, pois como povos da mesma espécie podem se odiar?
Naquela época, quem reinava sobre a terra eram os humanos, uma raça um tanto quanto peculiar. Eram extremamente inteligentes e burros ao mesmo tempo. Criavam utensílios, ferramentas, maquinas e muitas outras coisas extremamente incríveis, porem primitivas. Os humanos eram um povo que não se relacionava, todos eram individualistas e não se preocupavam com os outros. Também eram extremamente hipócritas, sendo que queriam que os outros fizessem o que não tinham coragem de fazer.
Bem, agora já da pra entender por que essas criaturas tão primitivas foram extintas não? O que levou o mundo a ser destruído, foi exatamente a ganância do ser humano. Os povos entraram em conflito por coisas banais como recursos naturais, fazendo com que o mundo virasse um caos total.
Na minha opinião, já estava na hora deles se matarem, pois estavam conseguindo acabar com o planeta e com a natureza. Porem, o criador, decidiu fazer um ultimo esforço para salvar os humanos. Ele enviou um amuleto muito poderoso para a Terra. Um amuleto com o qual o mundo seria governado. Um humano deveria usá-lo e com ele reinar sobre a Terra, garantindo paz e prosperidade a todos.
Por um bom tempo, aquilo realmente parecia ter funcionado. A humanidade estava unificada e todos viviam felizes. As pessoas voltaram a ter fé, já que tinham visto o real poder do criador e a paz reinava por todo o planeta. Ate que a ambição humana novamente se mostrou mais forte que o seu desejo por paz. Começaram a haver novos conflitos para decidir quem seria o novo governante da Terra e o mundo novamente entrou em guerra.
Vendo a situação em que o mundo estava, o criador simplesmente desistiu da raça humana e enviou seus sete filhos à Terra. Os sete grandes, como são chamados eram: Hibério, o rei dos mares, Thalion o monge da terra, Phyro, o imperador do fogo, Graham, o mago da natureza, Oxy o espírito do vento, Elion o monarca governador dos céus, Chaos o príncipe das trevas e Mistral, a governanta da luz e da ordem. Eles foram enviados à Terra para decidir o destino dos humanos e para o azar deles, foi decidido que a humanidade deveria ser extinta.
Hibério lançou seus poderes sobre o mar, fazendo-o invadir a terra com ondas gigantescas. Foram criados tornados e tempestades lideradas por Oxy e Elion. A lava fluía da terra e os tremores comandados por Thalion e Phyro acabaram com tudo o que estava ainda estava vivo. As plantas e os animais se voltaram contra a humanidade acabando com o restante por ordem de Graham. Os únicos que não participaram da destruição foram Chaos e Mistral.
Foi declarado que Chaos era demasiado perigoso para uma missão como essa e que qualquer descuido seu, poderia destruir o planeta. Mistral por sua vez decidiu por vontade própria não participar da carnificina e se isolou com o criador no palácio celeste. Após todo o ocorrido, os sete grandes, que agora haviam se tornado cinco, foram incumbidos de criar uma nova civilização, que reinasse na Terra.
Foram criadas montanhas gigantescas onde seria a morada do Povo do Vento, um povo extremamente inteligente e persuasivo, eram muito perigosos justamente por sua habilidade de enganar as pessoas para que fizessem sua vontade. Os oceanos voltaram ao seu nível, e juntamente com as colossais geleiras, viraram as bases para os templos da água, que abrigavam o povo de Hibério, uma civilização muito avançada tecnologicamente e também muito inteligente e culta. Com certa desaprovação por parte dos outros, Thalion criou os insuperáveis desertos onde o povo da terra viveria. Um povo extremamente forte e com uma cultura muito peculiar. Eram famosos por sua culinária e principalmente por suas musicas. Nos intermináveis vulcões e nas terras áridas foram criadas as cidades do fogo, um povo muito agressivo e guerreiro. Possuíam poderosas armas e técnicas de batalha imbatíveis. No topo das arvores, nas grandes florestas, foi que o povo da folha se estabeleceu. Eram muito ligados com a natureza e todos os seres vivos, desprezavam todo o tipo de violência. Acima das nuvens, foi criada a morada do trovão, onde o povo do céu viveria. Até hoje ninguém sabe nada sobre eles, só sabemos que são extremamente poderosos.
                Após a criação de tudo, foi também criada uma área para que Chaos pudesse criar seu povo, o submundo. Guardado pelo povo do fogo, a entrada da morada de Chaos permanece em segredo a todos. Somente sei que Chaos optou por viver sozinho, não criou cidades e tão pouco povos. Mistral  nunca mais foi encontrada, permanecendo um mistério até mesmo para o criador. Ninguém nunca mais ouviu falar, nem sentiu sua presença. Foram mandados mercenários, exploradores e toda a sorte de pessoas para descobrir seu paradeiro, mas todas as buscas falharam, dando a impressão de que ela havia se isolado em outra parte do cosmo.
                E assim estamos até hoje, pelo menos a maioria das pessoas, pois meu passado é tão obscuro quanto a alma de Chaos. Não sei de onde vim, não sei a que povo eu pertenço. Não tenho as habilidades especiais de nenhuma das castas e não tenho família. Então, quem sou eu? Talvez você possa me ajudar a descobrir.

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